Reino do Congo

O Reino do Congo era um verdadeiro Estado feudal, englobando a atual República do Congo-Brazzavile (ex-Congo francês), o Baixo-Congo até Kinshasa, capital da atual República Democrática do Congo (ex-Congo belga, ex-República do Zaire...), e uma parte do norte de Angola.
Uma lenda a desfazer é a de que esse reino banto teria sido sempre hostil aos europeus, o que contraria a verdade histórica...
Os reis negros, longe de se entregarem a um nacionalismo xenófobo, desde os primeiros contatos, em sua maioria, multiplicaram suas atenções quanto ao relacionamento com os "brancos". Pediram missionários, mestres de ofícios, mercadores, enviaram embaixadas a Portugal e ao Vaticano, mau grado as dificuldades de comunicações marítimas, solicitando intercâmbio.
O Rio Zaire ou Congo - "Rio Poderoso" - ou simplesmente "RIO" (ZAIRE) impressionaria profundamente os seus descobridores, comandados por Diogo Cão. Aquela torrente de água doce a penetrar, por alguns quilômetros, pelo mar dentro, era suficiente testemunho de sua extraordinária pujança e importância. Os Portugueses não conheciam coisa que se assemelhasse a isso, seu Tejo pátrio ficava muito áquem da majestade africana do "Zaire".
Rumores corriam, conforme uma velha tradição européia, de que devia existir um meio de comunicação com o lendário Reino do Preste-João (,afinal, este viria a revelar-se na Etiópia com seu cristianismo copta, mais tarde). Seria por ali o caminho? 
1486- O navegador português Diogo Cão encontrou no Reino do Congo, um país política e administrativamente bem estruturado, dividido em províncias, confiadas a sobas vassalos, próspero e totalmente independente.
Diogo implantou o Padrão de S.Jorge situando-o na margem esquerda do citado grande curso fluvial. Por contatos estabelecidos com os íncolas ribeirinhos, souberam os Portugueses da existência, no interior, dum poderoso rei. Aquele capitão Português enviou ao potentado Negro mensageiros e presentes. Mas não se deteve no local, prosseguiu viagem para sul. Só decorridas 15 luas arribou novamente no Congo, trazendo consigo 4 Negros que havia pêgo à chegada, os quais enviou ao rei, vestidos já à portuguesa, bem alimentados, falando a língua portuguesa. Foram esses os primeiros embaixadores da civilização lusitana.
Ficou o monarca encantado, ao ouvir da boca dos seus súbditos já meio ocidentalizados notícias precisas a respeito dos estrangeiros. E assim se encetaram amistosas relações entre portugueses e congueses


Não conheciam os congueses a escrita; eram ágrafos, mas sabiam prospectar e garimpar do subsolo os minérios de que careciam: tinham conhecimentos de metalurgia, sabiam já fundir e moldar o ferro e o cobre. Produziam belas cerâmicas, sabiam tecer, aproveitando até a casca do embondeiro (baobá) para produzir "panos" e de tal maneira se haviam nessa arte, que os portugueses os utilizavam em seus barcos como panos de velas.
Os agricultores negros já cultivavam os milhinhos, o sorgo, as bananeiras, os inhames e outros cultivares. Criavam suínos, caprinos, ovinos, galináceos e, segundo o africanista André Scohy sscreveu: "Já se realizavam ali eleições populares, organizando-se embriões de um contrapeso democrático ao autoritarismo feudal."

1506- O velho monarca morre tendo designado como sucessor seu filho Afonso, um Negro de elite, dotado de notável inteligência e que praticava o catolicismo.
Inicia-se uma fase de maior aproximação e assimilação cultural em ordem aos europeus (Portugueses).